Entesopatia insercional do tendão calcâneo
Também conhecido como tendão de Aquiles, a entesopatia insercional do tendão calcâneo é uma alteração degenerativa que ocorre no ponto de inserção do tendão junto ao osso calcâneo. O processo inicialmente se dá como uma simples inflamação que, à medida que se torna crônica, pode desencadear alterações degenerativas no local. Esse processo pode gerar lesões dentro do tendão em si ou na junção entre ele e o osso, apresentando “esporão” posterior no calcâneo. O principal sintoma é dor na região posterior do osso calcâneo. Essa dor pode vir associada ao aumento de volume local e dificuldade de andar, principalmente após longo período sem pisar no chão. O tratamento varia de acordo com o grau da doença, que vai desde a colocação de gelo, medicações e fisioterapia, até a necessidade da cirurgia para remoção do “esporão”.
A fáscia plantar é um tecido fibrotendinoso muito resistente, que vai do calcanhar até a base dos dedos. Ela auxilia no suporte ao pé tendo importância no mecanismo de marcha e capacidade do pé na sustentação do peso do corpo. A fascite plantar é a inflamação dessa estrutura. É o motivo mais comum das dores em calcanhares nos adultos. As causas vão desde sapatos inadequados, alterações da própria fáscia em si, alterações da forma do pé, sobrecarga em atividades físicas, até o excesso de peso. O diagnóstico é iminentemente clínico e exames auxiliares podem ser solicitados. Entre os tratamentos, podem ser indicados pelo especialista colocação de gelo, medicações analgésicas e anti-inflamatórias, calçados e palmilhas adequados, tutores de uso noturno, orientação à perda de peso e medidas fisioterápicas para melhorar o processo inflamatório e até procedimentos cirúrgicos em casos extremos.
Lesão do tendão de Aquiles (calcâneo)
O tendão calcâneo, também chamado de tendão de Aquiles, é uma faixa de tecido que conecta o osso calcâneo ao músculo da panturrilha. Esse tendão é considerado um dos mais fortes do corpo humano. Nos casos de ruptura do tendão, ocorre um estalo causando a sensação de ter levado uma pedrada ou chute na panturrilha. Nos casos de ruptura total ocorre impossibilidade de levantar o calcanhar do solo quando o paciente está em pé ou até de fazer o movimento flexão do pé quando sentado ou deitado. O tratamento pode ser conservador através da imobilização ou cirúrgico onde se realiza a sutura do tendão. Os tratamentos cirúrgicos mais modernos incluem as chamadas cirurgias percutâneas, onde se realiza a sutura do tendão com mínima incisão de pele. Fatores como idade do paciente, doenças associadas, obesidade, sedentarismo, tabagismo, e tempo de lesão, devem ser levados em consideração para escolha entre tratamento cirúrgico e conservador da lesão do tendão calcâneo.
Os músculos fibulares exercem a função de manter o equilíbrio e o funcionamento normal do pé e do tornozelo. Devido à sua localização e função, podem ocorrer lesões que vão desde simples processos inflamatórios (tendinites), até lesões completas de sua estrutura, gerando dor de maior intensidade e limitação funcional. As causas do problema podem variar de processos degenerativos, traumáticas, alterações de alinhamentos do pé até alterações anatômicas localizadas. Os sintomas são dor local, grandes edemas e diminuição de força muscular de flexão do pé e tornozelo. O tratamento em fase inicial inclui a imobilização da região, medicamentos e fisioterapia, além de orientações ao esporte e uso de calçados. Em casos mais avançados pode ser indicada uma cirurgia, dependendo do perfil do paciente.
Lesão ligamentar do tornozelo
As lesões dos ligamentos do tornozelo são os casos mais comuns dos ortopedistas. Elas podem acometer a face lateral (mais frequente) ou medial do tornozelo de acordo com o mecanismo de funcionamento classificados em leve, moderado e grave. No grau leve existe distensão de um ou mais ligamentos sem a ruptura do mesmo. Nos graus moderado e grave, a lesão é mais severa e há ruptura total de um ou mais ligamentos, que podem estar associadas, ou não, a lesões de outras estruturas como cápsula articular, tendões, cartilagem articular, ligamentos adjacentes e ossos. Exames complementares podem ser necessários para auxiliar confirmação do diagnóstico. Fatores como grau da lesão, idade, doenças associadas, instabilidade do tornozelo, peso, sedentarismo, tabagismo, lesões vasculares, são variáveis que devem ser consideradas para indicação do melhor tratamento que pode variar desde a imobilização da região, até a cirurgia de reconstrução ligamentar.
São as fraturas mais frequentes na prática de atividades físicas, devido à entorse da articulação do tornozelo. Elas podem ser em rotação externa ou rotação interna, variando desta forma o osso que é acometido na fratura, a localização, o tipo e número de fragmentos que podem existir em uma fratura do tornozelo. Todas essas variáveis devem ser consideradas no tratamento da fratura. O principal objetivo é restabelecer a integridade das estruturas lesadas restaurando o movimento, sejam ossos, ligamentos ou outras estruturas que eventualmente podem lesar-se no momento do trauma. Fraturas sem desvios podem ser tratadas com imobilizações, mas, na maioria das vezes, elas são instáveis e necessitam do tratamento cirúrgico com fixação dos fragmentos com placas e parafusos. Após consolidada a fratura e recuperadas as estruturas, o paciente deve iniciar reabilitação do tornozelo, restabelecendo a movimentação da articulação, proporcionando o retorno às atividades normais do dia a dia. Esses cuidados são treino de movimentos, exercícios de equilíbrio, controle do edema local e recuperação da força.
Termo usado para descrever a dor na região frontal do pé, principalmente na face plantar dos ossos metatarsos, aqueles que articulam com os dedos. O problema gera dor na região e em geral é causado pela sobrecarga e mau alinhamento de um ou mais ossos, causando calosidade plantar e dificuldade no andar. A metatarsalgia ainda pode ser causada por alteração da forma do arco plantar, como consequência de alterações posturais dos dedos, como joanete ou deformidade dos dedos menores, sequelas de traumas e neuroma de Morton. O tratamento inclui o uso de calçados e órteses (dispositivos médicos que dão sustentação e promovem a recuperação), além de medidas como fisioterapia e medicações para o alivio da dor e do processo inflamatório. O tratamento cirúrgico, que pode ser realizado através da cirurgia minimamente invasiva ou não, é indicado quando as outras medidas não são eficientes e a dor persistir.
Cirurgia minimamente invasiva do pé (cirurgia percutânea)
O procedimento permite intervenções em partes moles e ósseas do pé com pouco ou nenhum trauma. Os pacientes que fazem a cirurgia voltam para casa andando, em regra, ainda no mesmo dia. Em geral, esse tipo de cirurgia apresenta mais de 90% de resultados positivos. Ela é indicada para casos de deformidades dos dedos menores, pé plano (chato), cavo, joanete (hálux valgo), metatarsalgias, hálux rígido e calosidades plantares ou dos dedos. A técnica utiliza incisões bem pequenas (de 3 a 5 mm) e em regra, não há necessidade de uso de gesso, parafusos ou placas metálicas.
Também chamado de pé chato, o problema ocorre quando o pé apresenta um formato específico com a diminuição do arco plantar fazendo-o, em casos já avançados, a encostar totalmente no chão. Alguns casos, dependendo do grau de deformidade no adolescente, não causam dor, mas quando o quadro está mais avançado pode levar a dor nos tendões do pé e até dores na região lombar. No caso do quadro de pé plano do adulto, esta é uma deformidade que surge repentinamente e, em regra, tem origem degenerativa e tende a ser progressiva, causando dor no pé e tornozelo que piora à medida que a deformidade do pé também piora. O diagnóstico definitivo é feito pelo médico para identificar o motivo da doença. O tratamento também varia desde suportes ortopédicos como uso de palmilhas, tipos de calçados específicos, até exercícios de alongamento e perda de peso para diminuir a pressão no local aliviando a dor. Em casos mais graves pode ser indicada uma cirurgia para tratar o problema.
Artroscopia do tornozelo, pé e tendões
Muito usada para tratar lesões nas articulações, a artroscopia é uma cirurgia que permite olhar no interior das articulações e de outras estruturas como ligamentos e tendões. Ao contrário das cirurgias abertas, o procedimento é pouco dolorido e apresenta recuperação mais rápida. Ela é indicada principalmente para reparar tendões, lesões de cartilagem, impacto do tornozelo e biópsia de tecidos intra-articulares nas diversas articulações. Após a cirurgia é indicado o repouso da articulação e aplicação de gelo, elevação do pé e atadura de compressão para reduzir possíveis inchaços. Fisioterapia e exercícios também podem ser recomendados, dependendo do caso.
As deformidades nos pés são classificadas em congênitas (quando as crianças nascem ou desenvolvem no período de formação) ou adquiridas (geradas por traumas, queimaduras ou doenças). Em geral, esses tipos de problemas causam dor, dificuldades de andar e má adaptação de calçados. Algumas deformidades são corrigidas por técnicas como órteses e palmilhas e outras com cirurgias.
O joanete é o desvio lateral acentuado do primeiro dedo do pé. Ele pode ocorrer na articulação entre o primeiro metatarso (osso do meio do pé) e a falange (osso do dedão), formando o joanete clássico, com a proeminência óssea na base do hállux, ou entre as duas falanges do dedão, formando o hállux valgus interfalângico.
As causas para esta deformidade podem ser as intrínsecas (ligadas à pessoa) e extrínsecas (ligados ao meio). Dentre as causas intrínsecas, destacam-se os fatores genéticos (história familiar), doenças sistêmicas preexistentes como doenças reumáticas, variações da anatomia óssea do pé, entre outras. Dentre as causas extrínsecas, destaca-se o uso de calçados inadequados, principalmente o sapato de salto alto e ponta fina.
A cirurgia para correção do joanete proporciona o tratamento definitivo do problema. Existem diversas técnicas operatórias. As mais aceitas nos dias de hoje levam em conta a correção dos ângulos formados entre os ossos dos pés, ângulos esses que devem ser medidos previamente à cirurgia para a escolha da técnica operatória mais adequada a cada caso.
As técnicas mais modernas, além de serem muito mais eficazes, dispensam o uso de gesso no pós-operatório. O paciente já pode andar no dia seguinte à cirurgia com a utilização de sapato próprio e sente pouca ou nenhuma dor.